Equidade no mercado de trabalho: o papel da liderança para transformar a gestão

O seu setor de Recursos Humanos tem olhado para ações estratégicas voltadas à equidade? Ainda, como a gestão está considerando o cenário do mercado de trabalho em relação à diversidade e inclusão?

Essas não são perguntas que “podem ficar para depois”. E sabe por quê? Porque este é um tema de urgência. Segundo o Instituto Identidades do Brasil (ID_BR), no ritmo atual demoraremos 167 anos para alcançar a equidade entre pessoas negras e indígenas nas corporações brasileiras.

Mas esse não é o único dado alarmante que deve estar no radar das empresas. O 3º Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios (2024) aponta que as mulheres ganham, em média, 20,9% a menos que os homens em empresas brasileiras com mais de 100 funcionários

A disparidade se torna ainda mais gritante quando olhamos para a realidade das mulheres negras, cuja média salarial é de R$ 2.864,39, valor que representa pouco mais da metade do que recebem os homens (R$ 4.745,53).

Além disso, mulheres são maioria entre aprendizes (57,4%) e estagiários (54,5%), mas sua presença diminui à medida que os cargos se tornam mais estratégicos. 

De acordo com o estudo “Perfil Social, Racial e de Gênero das 1.100 Maiores Empresas do Brasil (2023-2024)”, feito pelo Instituto Ethos: apenas 27,4% das diretorias são ocupadas por mulheres. Além disso, dados da B3 identificaram que mais da metade (55%) das empresas não tinham nenhuma mulher em cargos de diretoria estatutária até 2023.

Globalmente, o quadro não é diferente. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) indica que, apesar de avanços desde os anos 1990, apenas 46,4% das mulheres em idade ativa estavam empregadas em 2024, contra 69,5% dos homens. No ritmo atual, a igualdade no mercado de trabalho levaria quase dois séculos para se concretizar.

Diante desse cenário, a pergunta não é se a liderança deve ou não se envolver no tema da equidade, mas quando começar as mudanças junto aos gestores. E a resposta é: agora! 

Mas esse processo exige diagnóstico, planejamento e líderes preparados para guiar a transformação do mercado de trabalho.

Frente a este cenário, o blog da RP Ponto preparou um texto sobre pontos que a liderança precisa ter em mente para saber o que é equidade e para transformar em prol de um mercado de trabalho mais justo. Confira!

Por que a liderança é peça-chave na equidade?

É fato que os líderes ocupam posições estratégicas que impactam diretamente contratações, promoções, políticas de benefícios, cultura organizacional e clima interno. Desse modo, uma transformação em relação à equidade passa diretamente por eles.

Por isso, treinar e desenvolver gestores para compreender a importância da equidade é uma das formas mais eficazes de acelerar mudanças. Afinal, um líder bem preparado consegue:

  • Reconhecer vieses inconscientes nos processos de recrutamento e avaliação de desempenho;
  • Defender políticas salariais transparentes, reduzindo disparidades históricas;
  • Promover representatividade em cargos de decisão, abrindo espaço para mais diversidade;
  • Criar programas de desenvolvimento de carreira inclusivos, que valorizem talentos de diferentes origens;
  • Incentivar uma cultura organizacional inclusiva, em que cada colaborador sinta que pertence e pode crescer.

Equidade como estratégia de gestão

No contexto da gestão, líderes que compreendem e praticam equidade conseguem ir além da conformidade legal e da imagem institucional. Eles transformam a equidade em estratégia de longo prazo, capaz de alinhar a empresa às principais tendências do futuro do trabalho.

Uma cartilha do Instituto Identidades do Brasil (ID_BR) sobre “Tendências e Previsões de Mercado para 2025” traz diversas reflexões sobre equidade nas organizações. Acesse todas as informações aqui

Entre elas, a Tendência número 7 destaca a importância de integrar temas de DE&I (Diversidade, Equidade e Inclusão), agendas ESG e os objetivos da Agenda 2030, buscando incorporar essas pautas à cultura organizacional em vez de tratá-las como iniciativas isoladas ou nichadas.

Investir na formação da liderança nesse sentido é fundamental para:

  • Garantir sustentabilidade empresarial;
  • Atrair e reter talentos que buscam ambientes mais justos;
  • Fortalecer a reputação corporativa diante de clientes e investidores cada vez mais atentos a questões sociais;
  • Gerar inovação contínua, já que equipes diversas trazem soluções mais criativas e eficazes.

Impacto que vai além

Ainda, já existem evidências de que empresas com maior diversidade e equidade superam seus concorrentes em rentabilidade e inovação

Segundo a McKinsey & Company, por exemplo, companhias em que as equipes executivas apresentam maior diversidade étnica e racial têm 36% mais probabilidade de superar a lucratividade média, e a presença de diversidade de gênero na liderança eleva essa probabilidade em 21%.

Mas esta não é a única pesquisa que relaciona a equidade a melhores resultados financeiros. Uma série de estudos dos últimos anos evidenciam que equipes diversas tomam decisões melhores, trazem perspectivas mais amplas e conseguem se adaptar mais rápido a mudanças do mercado – tudo isso impacta diretamente nas finanças.

Ou seja, vemos que a equidade não é apenas uma questão ética, mas também um diferencial competitivo para quem quer se destacar no mercado.

Automatize o controle de gestão com a RP Ponto!

Portanto, frente a toda a discussão, vimos que promover a equidade nas empresas é uma decisão estratégica de gestão. Líderes que compreendem o tema e atuam para reduzir desigualdades criam ambientes mais inclusivos, motivadores e produtivos – e isso se reflete nos resultados financeiros da organização.

E sabia que estratégias lucrativas também passam por automatização do RH? Ferramentas de gestão de jornada de trabalho, como as oferecidas pela RP Ponto, podem ser aliadas importantes. 

Afinal, essas soluções ajudam a garantir transparência e fazem com que a empresa esteja sempre de acordo com a legislação

Combinando liderança consciente, estratégias de equidade e ferramentas adequadas, as organizações estão mais preparadas para reduzir disparidades, reter talentos e construir uma cultura corporativa verdadeiramente inclusiva.
Saiba mais sobre as soluções da RP Ponto acessando aqui.